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jan 30 2013

Quando se Joga a Política para Debaixo do Tapete (Observações de um Educador Público)

           O discurso oficial em Pernambuco apresenta-se moderno, dinâmico e eficiente num modelo de gestão capaz de qualificar-se para ocupar espaços nacionais da nossa República. Entretanto, ainda se faz bastante presente em Pernambuco, condutas políticas vinculadas a procedimentos antiquados, conservadores e inadimplente no respeito à nossa carta republicana.

            Considerando a crônica política do nosso Estado, constatamos uma ausência de seriedade no trato da coisa pública, na medida que há divulgação de  prefeituras sucateadas, folhas de pagamentos inadimplentes, improbidades administrativas, obras abandonadas, nepotismos explícitos e desvios de verba pública, entre outros.

            Diante disto, ponderando a educação como setor estratégico de desenvolvimento, nos deparamos com um quadro de descaso com a educação pública. Apontando portanto, uma contradição com o discurso recentemente levantados por muitos candidatos, expondo assim um descompasso com o compromisso oficial em busca de avanços sócio-econômicos para Pernambuco. O SINDUPROM – Sindicato dos Profissionais do Magistério Público Municipal no Estado de Pernambuco – denuncia que em  Jaqueira (zona da mata) os professores não receberam o mês dezembro nem o 13º salário. Portanto, imagine como esses educadores passaram o natal e o fim de ano. Nessa cidade, o novo prefeito afirma que encontrou a prefeitura sem recursos para cumprir os referidos atrasos salariais. Do mesmo modo, em Lagoa dos Gatos (agreste), os professores não receberam os salários de dezembro. Com isso, a prefeita eleita propõe parcelamento do débito salarial. Da mesma forma, em Aliança, Santa Cruz do Capibaribe, Correntes e outras tantas cidades pernambucanas  a situação se repete.

            Por outro lado, nas últimas eleições em Pernambuco, segundo dados da ne10.uol.com.br (2013): “Em todo o estado de Pernambuco, 86 candidaturas a prefeito, vice-prefeito e vereador foram barradas pela Lei da Ficha Limpa.” Portanto, fica evidente o precário nível dos políticos pernambucanos que não confirmam desta forma, o discurso oficial de que temos uma nova política. E não é prudente  asseverar que esses remedos de política só acontece no interior do Estado. Recentemente, assistimos o embate interno do PT (Partido dos Trabalhadores) que esgotou todas as medidas do bom senso e da ética de sentido da esquerda. Também, observamos os mancos debates entre os prefeitáveis à capital pernambucana, assinalados por agressões pessoais e discursos vazios.

            Sendo assim, Pernambuco ainda vivencia um cotidiano obsoleto que impede uma intercessão democrática nos assuntos públicos. Desta forma, esconde para debaixo do tapete, práticas governamentais indecentes, sem preparo para lidar com o bem coletivo e acima de tudo que utiliza órgãos públicos para manter privilégios e patrulhar o pensamento crítico, tão necessário à saúde civil.

            Portanto, esperamos que a tal política nova que compõe o discurso oficial de Pernambuco, seja uma realidade para muitos pernambucanos que são ultrajados pela intervenção desagradável de políticos que só sabem agir em causa própria e assim sequestram  a confiança da maioria da população e, deste modo prejudicam  suas esperanças em dias melhores.

            Almani Veras – Diretor SINDUPROM-PE