Duas mesas de debates abriram esta sexta-feira (3) e segundo dia do Seminário de Combate ao Racismo da CNTE, que acontece em Brasília.
Os temas discutidos foram “Já falei 10.639 vezes que racismo é crime. E aí, fazemos o que?” e “Formação e recursos didáticos para atuar em educação para relações etnicorraciais: ressignificando valores eurocêntricos.
“É muito importante estarmos reunidas hoje nesse Seminário, para discutirmos a educação e as relações etnicorraciais, pois o racismo é um fenômeno camaleônico que tem a capacidade de mudar e se ajustar aos novos tempos para se manter e perdurar, afirmou a Doutora em Antropologia e debatedora, Zélia Amador de Deus.
De acordo com a pós-doutora em Ciências Humanas e palestrante, Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, “as mulheres negras continuam em marcha pelo direto à vida, pelo direito à humanidade, pelo direito a ter direitos e pelo reconhecimento e valorização das diferenças”, ressaltou.
As mesas de debates foram encerradas e os seminaristas seguiram para o Ministério da Educação, para uma grande manifestação antirracismo e em favor da Educação.
“Saímos dos debates, que foram muito proveitosos, e fomos para a atuação. “Nos deslocamos para o Ministério da Educação para dizer ao responsável hoje pela pasta que nós não aceitaremos nenhum retrocesso das vitórias já conquistadas pelo movimento negro”, enfatizou a Secretária de Combate ao Racismo da CNTE, Iêda Leal.
No período da tarde, quatro grupos de trabalho, simultâneos, também foram montados para debater diferentes temas como, “Mulheres negras e a educação escolar brasileira: em busca do bem viver”; “Recursos Didáticos – construindo uma educação antirracista no ambiente escolar”; “Por um currículo que descoloniza a educação escolar brasileira” e “Educação escolar e estratégias de enfrentamento ao genocídio da juventude negra.
De acordo com Clarice Pereira do APLB Sindicato, da Bahia, várias sugestões surgiram a partir dos debates, entre elas, “de se criar um curso, virtual ou presencial do idioma Yorùbá, promover a formação continuada para os educadores e cobrar dos órgãos estaduais e municipais para se tirar a Lei nº 10.639 da gaveta”, ressaltou.
“Avaliamos que o ambiente escolar não se limita à sala de aula, portanto é necessário que tenhamos materiais em todos os ambientes, pois todos os espaços são educativos, avaliou Celso José dos Santos, do APP/PR.
“Discutimos no grupo de trabalho, como os professores, a partir da CNTE, podem contribuir no cotidiano escolar, para um currículo descolonizado, mas que também é necessário descolonizar o pensamento das pessoas”, enfatizou Anatalina Lourenço do APEOSPE/SP.
No fim do dia, os participantes puderam assistir à apresentações musicais, de danças e literaturas organizadas pelos estados.
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